sexta-feira, 3 de junho de 2016

Documentos americanos sobre torturas na ditadura militar: revelações



Documentos americanos sobre torturas na ditadura militar: revelações

A assessoria de comunicação da Comissão Nacional da Verdade divulga documentos já liberados pelo governo dos EUA que tratam da ditadura militar no País. Conforme a CNV, entre outras coisas, confirmam o conhecimento detalhado que os diplomatas norte-americanos tinham das técnicas aplicadas no Brasil de prisão ilegal, tortura e de seu acobertamento.


Pau de arara, choques elétricos e grávidas presas no DEOPS

Conditions in DEOPS prison as told by detained american citizen
www.cnv.gov.br/images/pdf/docs/Doc06_53384-5-003.pdf

Memorando com data de 7 de outubro de 1970, traz diálogo de funcionário do consulado dos EUA em São Paulo com um cidadão norte-americano detido por engano. O preso descreve as torturas sofridas e condições degradantes dos detentos no Departamento de Ordem Política e Social (DEOPS), em São Paulo.
 (...) para determinar se o prisioneiro estava ou não mentindo [ele] era levado a uma sala especial nas entranhas do DEOPS e torturado. (...) O pau de arara era um dos métodos usados. Outro era submeter a vítima a choques elétricos pelo corpo, inclusive aos órgãos sexuais. Outro, ainda, era o “Telefone”, em que a vítima é presa a uma cadeira e o interrogador, atrás da vítima, bate as mãos em forma de concha sobre as orelhas [do torturado], algumas vezes estourando os tímpanos da vítima com a pressão.



O emprego de “duras técnicas de interrogatório”

Allegation of torture in Brazil -
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/docs/Doc16_53384-6-006.pdf

Telegrama de número 2386, emitido em 1º de julho de 1972, faz menção à “ampla evidência de que duras técnicas de interrogatório ainda estão sendo empregadas”. O documento não recomenda medidas que condicionem a assistência dos EUA “à impossível comprovação” de inexistência de tortura no Brasil.
(...) há vasta evidência de que duras técnicas de interrogatório continuam sendo usadas em nível regional e local (...)




Tortura em detalhes e explicações falsas para as mortes de presos políticos

Widespread arrests and psychophysical interrogation
www.cnv.gov.br/images/pdf/docs/DOCID-437976.PDF

Aerograma A-90, do Consulado-Geral dos EUA no Rio de Janeiro, com data de 18 de abril de 1973, descreve detalhadamente diferentes técnicas de tortura aplicadas a tipos variados de suspeitos. Também relata a prática de informar a morte como ocasionada por tiroteio durante tentativa de fuga. A explicação falsa deveria ser usada “para afastar acusações de mortes sob tortura na imprensa internacional”.
(...) se o detento não confessa e a opinião [dos interrogadores] é de que ele está escondendo alguma informação valiosa, ele é submetido a um crescente regime de agressões físicas e mentais até que ele confesse. Ele é colocado, nu, em uma pequena sala escura com piso de metal pelo qual pulsa corrente elétrica. O choque sentido pelo indivíduo, embora descrito como de leve intensidade, é constante e eventualmente se torna quase impossível de tolerar. O suspeito costuma ser mantido nesse quarto por várias horas. Ele pode ser transferido para uma de muitas outras salas de “efeitos especiais” onde aparelhos são usados para incutir medo e desconforto físico. Extrema fadiga mental e física costumam resultar, especialmente se a pessoa é submetida a esse tipo de tratamento por dois ou três dias. Durante todo este período, o detento é proibido de comer e beber água.
(...) [vítimas que morrem durante interrogatórios têm suas mortes frequentemente] reportadas na imprensa, vários dias depois, como ocorridas durante tiroteio com a polícia depois uma “tentativa de fuga" [do detido político].



O relato de um torturador

Political arrests and torture in São Paulo
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/docs/CFPF.1973SAOPAULO00985.pdf

Telegrama 985, do Consulado dos EUA em São Paulo, emitido no dia 8 de maio de 1973, descreve sessões de tortura e execução relatadas em primeira mão por um “informante profissional e interrogador que atua em centro de inteligência militar em Osasco/SP”. O relato de um interrogador militar que diz ter torturado e matado suspeitos de “subversão”.
(...) um informante profissional e interrogador que atua no centro de inteligência militar em Osasco (subúrbio industrial de São Paulo) nos contou (...) como ele tinha desbaratado um grupo comunista do qual um policial civil fazia parte. O policial foi persuadido a falar com choques elétricos nas orelhas e revelou seu envolvimento com uma amiga, que também foi presa. Sem cooperar, ela foi colocada no “pau de arara” durante 43 horas sem água e comida. (...) Ele [o interrogador] também narrou o assassinato de um suspeito de subversão. (...) No último ano, diversos agentes de segurança confirmaram a nós que a morte de suspeitos de terrorismo é prática comum. Estimamos que até 12 tenham sido mortos em São Paulo apenas no último ano.



As detenções na Universidade de São Paulo (USP)

Student arrests
http://www.cnv.gov.br/images/pdf/docs/Doc21_CFPF.1974BRASILIA02493.pdf

Telegrama 2493, de 13 de abril de 1974, aborda detenções ocorridas na Universidade de São Paulo (USP) e contém referência ao advogado José Carlos Dias, hoje membro da Comissão Nacional da Verdade. Descreve o clima na Universidade de São Paulo em 1974 e contabiliza as prisões de estudantes e professores

Um novo assunto que tem agitado os estudantes [da Universidade de São Paulo] é a reportada detenção de 33 estudantes, professores e intelectuais desde 26 de março. (Guardas do DOPS disseram ao cônsul geral que mais de 20 estudantes haviam sido presos). (...) João Carlos Dias, advogado de renome (...) falou a uma assembleia de estudantes nesta semana – segundo fonte, “em tom violentamente contrário ao governo”.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Fixando Bizagi

Conforme atividade proposta pelo blog mãe, devemos mapear o processo da disciplina até a prova. Isto levando em consideração todos as etapas praticadas durante a disciplina até a chegada do teste final.





















Aluno: Patrick Aguiar Pereira - 14/0048987

Elaborando questões

Foi proposta atividade no Blog-Mãe que consiste na elaboração de 3 perguntas factíveis para a avaliação que se aproxima, portanto, segue:


1. Os instrumentos arquivísticos* de gestão de documentos visam atender ao ciclo documental e a passagem dos documentos pelas 3 idades, mas não priorizam, necessariamente, seu valor secundário.  Explique porque as metodologias diplomáticas não devem vislumbrar as necessidades dos historiadores.
*como PCD e TTD
 
2. Qual a contribuição ou necessidade da Análise diplomática e Tipológica dos documentos  anteceder a elaboração de um Plano de Classificação realmente consistente?

3. Durante o curso restou comprovado e demonstrado de forma clara que uma mesma espécie documental assume funções diferentes quando inscrito em contextos e proveniências diversas. Explique porque os documentos contemporâneos carecem de estudos mais aprofundados quanto às classificações de gênero. Porque descrições como "textual, imagético, fotográfico,
tridimensional" não são suficientes ?

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Conforme atividade proposta, Fixando o Bizagi, que tem como objetivo mapear o processo de realização da prova de Diplomática e Tipologia Documental, levando em conta o passo a passo ocorrido ao longo da disciplina até o dia da dita cuja. Segue o mapeamento.

Aluno: José Maria Ramos de Moraes 11/0014421

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Atividade Piloto de Mapeamento


Foi proposto ao Queima de Arquivo a atividade que consiste em mapear o processo de postagem do nosso blog utilizando a ferramenta Bizagi.
Feito isso, segue nossa visão do que consiste esse processo:


Iniciando o Mapeamento de Processos


Bizagi é ferramenta de BPM (Business Process Model).

Criar modelos de processos é de extrema utilidade no monitoramento de indicadores e de atividades de negócios, apoio à tomada de decisão, gestão de documentos, gestão da qualidade, e para ferramentas de integração de sistemas.

Qual a metodologia   para   o mapeamento  e  melhoria  de  processos?
"Ela  se  inicia  na  definição  de  objetivos estratégicos corporativos, passando  pelo  mapeamento    das atividades atuais. Procura-se  então  levantar  possíveis  melhorias  e  sua   conclusão  se  dá  ao  mensurar os resultados  dos  novos  processos e comparar  ao que acontecia  anteriormente, buscando verificar evoluções em relação à gestão ..."
"A fim de solucionar vários dos problemas organizacionais mais comuns, bem como  aumentar  a  eficiência  e  eficácia  de  sua  gestão,  foi  concebida  a  gestão  por processos." (Aguiar, 2010)

Como implementar a gestão por processos ?
"Documentar a missão, estratégia, metas e objetivos da organização; Preparação da modelagem; Descrever as metas dos processos e ambiente; Construir o mapa geral do processo; Construção do Diagrama; Avaliação do modelo obtido; Definir características do processo desejado; Viabilidade do processo desejado." (Aguiar, 2010)

"A  gestão  por  processos  não  pode  se  resumir  apenas  ao  registro  das atividades  por  meio  de  fluxogramas.  Deve ser sim  uma  ferramenta  que  provocará mudanças  positivas  nas  organizações.  Assim,  se  faz necessário  que  ela  seja promotora de melhorias e ganhos." (Aguiar, 2010)

Níveis de detalhamento do mapa de processos:
"Os níveis são classificados de 1 a 4 conforme sua complexidade, a saber: 
Nível 1 - Nível dos processos; Nível 2 - Nível de sub processos. (Reconhecido por detalhar cada processo em sub processos desempenhados por áreas). Nível 3 – Nível de atividades; Nível 4 – Nível de tarefas" (Razzini 2013)

Razzini 2013

Tivemos acesso a noções de fluxograma em Organizações, Métodos e Sistemas (OMS), mas não utilizamos nenhuma ferramenta além de caneta e papel (por incrível que pareça). Apesar de que tenha citado em vários momentos o assunto "BPMN".
Felizmente em Arquivo Corrente 2, o professor por iniciativa própria e para mostrar, na prática, os diversos documentos gerados durante os trâmites administrativos, nos apresentou a ferramenta Bizagi.

O mapeamento por meio deste software evidenciou as etapas pelas quais "batemos cabeça" semanalmente, por não haver uma previsão de divisão de tarefas (até agora, é claro). Deixamos, por exemplo, em alguns momentos de entregar atividades optativas por não termos analisado o processo anteriormente.

O Processo, como foi apresentado na outra atividade desta semana, ainda será melhorado visando desempenhar nossas tarefas de maneira mais eficiente em um futuro próximo.

Aguiar, SANDRO ALEXANDRE RIBEIRO DE
MAPEAMENTO E MELHORIA DE PROCESSO: CASO PRÁTICO 
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/2612/1/2010_SandroAlexandreRibeiroAguiar.pdf

RAZZINI, JOÃO RICARDO BONDAN
TECNOLOGIAS DE SOFTWARES: REQUERIMENTOS DE ESPECIFICAÇÃO FUNCIONAL E MAPEAMENTO DE PROCESSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS

http://sistemas.lactec.org.br/mestrado/dissertacoes/arquivos/JoaoRazzini.pdf



quinta-feira, 5 de maio de 2016



Classificando...


Crítica do plano de classificação Conarq área-meio:

Neste plano as classes principais correspondem às grandes funções desempenhadas pelo órgão. Elas são divididas em subclasses e estas, por sua vez, em grupos e subgrupos, os quais recebem códigos numéricos. 

Em levantamento realizado (Souza 2006), a maioria (86%) dos usuários afirmou possuir dúvidas em relação à aplicação do Plano CONARQ na prática. As "queixas" mais comuns foram:

-Dificuldade de entendimento do Código por desconhecimento e/ou falta de clareza do instrumento;
-Possibilidade de classificar em mais de um código, ou seja, dá margem a múltiplas interpretações; e
-Defasagem do Código - não contemplando todas as funções e atividades desenvolvidas pelos órgãos
SOUSA, Renato Tarciso Barbosa de. et al. O uso do código de classificação de documentos de arquivo do Conselho Nacional de Arquivos. Arquivistica.net, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 19-37, 2006.

A falta de clareza do instrumento e a possibilidade de classificar em mais de um código, se deve em parte porque o plano não detalha a classificação até ao nível do tipo documental.
A aplicação do instrumento se torna bastante complicada devido o uso do termo “assunto”.  O termo deveria se referir, mais apropriadamente, ao conteúdo estrito de um documento. Ocorre que ora entendido como “atividade”, ora como “tema” gera inúmeras confusões. 
Podem ser encontradas, no mesmo nível de classificação, as seguintes incidências: assunto como função, tipologia documental ao lado de espécies documentais, atividade ao nível de uma função, tipologia documental empregada como assunto.

Portanto pela impossibilidade de classificar corretamente o “Registro Fotográfico” apresentado em sala de aula no Plano do Conarq passemos à utilização de outros três instrumentos:


Fundo: Asociación Caminos de Esperanza Madres de la Candelaria

Espécie
Registro Fotográfico

Função
Registro de marchas ou eventos públicos

Espécie e Função:
Registro Fotográfico de marchas     ou
Registro Fotográfico de eventos públicos


No plano Senado Federal:

O problema encontrado é que o plano classifica o Registro Fotográfico apenas como um dos insumos/produtos para a divulgação da instituição. Teremos que adápta-lo para comtemplar também o registro dos eventos de divulgação, por exemplo, através de fotos, de atividades realizadas.
A função existente é "Comunicação Institucional" em sua subfunção "Divulgação Institucional". Fazendo uma analogia às tipologias encontradas: Comprovante de Participação em Eventos (53.03.03.02), Relatório da Participação em Eventos (53.03.03.16) e Relatório referente à Promoção de Cerimônias e Eventos (53.03.03.18), podemos criar "Registro fotográfico de Cerimônias e Eventos".

Disponível no plano:
53 Função Comunicação Institucional
53.03 Subfunção Divulgação Institucional
53.03.02 Atividade Produção de Áudio, Imagem e Programa
53.03.02.17 Tipo Documental Registro Fotográfico


Sugestão de atualização/adaptação do plano:
53 Função Comunicação Institucional
53.03 Subfunção Divulgação Institucional
53.03.03 Atividade: Promoção de Cerimônias e Eventos
53.03.03.99 Tipo Documental  *Outros Tipos Documentais – Especificar:
*Registro fotográfico de Cerimônias e Eventos 

Eventualmente na próxima revisão/atualização do plano poderia, então, ser incluída a nova tipologia:
53.03.03.21 Tipo Documental Registro Fotográfico de Cerimônias e Eventos

Notem que a caracterização até o nível do Tipo Documental é o ponto forte no Plano do Senado e o nível de detalhamento alcança a Espécie e a Função.


No Plano do Estado de São Paulo:
Função: 02 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Subfunção: 02.01 Assessoria de imprensa
Atividade: 02.01.04 Produção de registros de imagem e som
02.01.04.02 Registro fotográfico


De maneira análoga ao Fundo: ISAAC FRANCISCO ROJAS

Plano de Classificação
Fundo
Seção
Série
Subsérie Documental
La Asociación Madres de la Candelaria (Colômbia)
Registro de Eventos
Registros Fotográficos
Marchas